domingo, setembro 10, 2006

Das Lächeln

Descia, lentamente, a rua escura, numa noite fria. Perdida em pensamentos infames e atrozes. O gelo que cobria a alma não podia nunca derreter, era a represa que controlava a fúria de um mar de sentimentos. Ódio, raiva, medo, angustia, culpa... Mais, muitos mais. Olhar duro, rosto de pedra. Era o seu suporte, nada mais tinha. Não confiava em ninguém, só em si (e mesmo assim...). Foi então que a viu, vinda de não sabe de onde; de outro mundo, talvez. Parou, olhou-a, e sem falar sorriu. Um sorriso enorme, cheio, sincero. Tão quente e luminoso, que poderia dissolver todo aquele gelo.
Não se conseguiu mover, lentamente, gota a gota, foram caindo, lágrimas de dor. E a lentidão foi correndo, transbordando numa imensidão. Já se afogava nas ondas que de si partiam, e a levavam p'ra longe, para onde nada conhecia. E aquela mulher abraçou-a. Então chorou ainda mais.
Pela primeira vez sentiu: calor, afecto, amor. Sentiu-se protegida.

As perigosas sensações, que a ameaçavam esmagar, foram-se desfazendo.
Aos poucos foi-se sentindo livre, espontânea.
Num destes dias soltou um sorriso afável. E os olhos salpicados, ainda, de pequenas lágrimas, voltaram a brilhar.

1 comentário:

Anónimo disse...

Nao pude deixar de dar a minha opnião a este teu "sorriso" , isto para uma vez + dizer que se sorrires para o mundo , ele vai sorrir de volta para ti, nem ke seja no 1º raio de sol que te acorda ao amanheçer ...

jokas...
Bruno