Sinto-me impelida a seguir em frente. Não conheço o caminho, mas por muito estranho que te pareça, isso não me perturba. Sinto o vento nas minhas costas a empurrar-me, sinto o mar a meus pés a chamar-me, e avanço.
Não sei se já te falei, alguma vez, daquela sensação de te diluíres!? Sentires que te dissolves na água, que te decompões e tornaste parte do todo!!
É isso que sinto, foi nisso que me tornei. Faço, agora, parte de um todo, de tudo.
Experimento a sensibilidade do mundo.
Exprimo-me em sensações porque as palavras já não saem…
Corrompi o dom de augurar o futuro, desprezei a capacidade de esquadrinhar o passado.
Fiquei a oscilar entre cada segundo. Desprezada pelo tempo, nem a ilusão se aproxima.
Mas sei que se um dia voltar a ver-te, velho e decrépito senhor dos sonhos, nesse dia estarei de volta à roda da vida.